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Edifício CASAMIRADOR Savassi

Informações

Localização: Rua Inconfidentes, 900, Savassi – Belo Horizonte

Data: 2014 – 2015

Área: 4.687,00m2

Arquitetura e Gerenciamento: Gisele Borges Arquitetura

Equipe: Gisele Borges, Ulisses Mikhail Jardim Itokawa, Helena Hostalácio, Iara Pimenta, Mariana Correa e Manuela Frattezi

Situação: Obra Entregue 2021

Fotos: Juliana Berzoini, Leon Myssior, Marcelo Palhares

 

O edifício residencial CASAMIRADOR Savassi, apresenta arquitetura com design arrojado e se destaca na paisagem local. Com 14 lofts e 24 studios, ele se distribui em 9 pavimentos em uma construção implantada em um terreno estreito, com largura de 12,7 m. O desafio da matemática de sua volumetria, respeitando os afastamentos, foi um dos fatores que influenciaram em decisões nada óbvias que resultaram em uma arquitetura com identidade própria.

A interdependência entre sua estrutura e o projeto arquitetônico permitiu maior liberdade criativa, culminando no elemento de maior destaque: uma segunda pele que “veste” a construção como uma roupa, dando-lhe características únicas. O material utilizado foi o alumínio, pintado em tom terroso que faz alusão ao minério, matéria-prima abundante no estado de Minas Gerais.

Para ganhar leveza e transparência, as chapas de alumínio receberam perfurações em tamanhos diferentes, feitas de forma assimétrica e, ainda assim, harmônicas. Isso permitiu ver através delas: dentro das unidades, a cidade se desnuda através da pele, mas do lado de fora não é possível ver dentro, garantindo a privacidade ao morador. Este elemento possibilitou ainda explorar uma rica gama de efeitos, desde esconder janelas menores, funcionais a rasgar essa pele para mostrar os grandes vãos. Concebidos como aberturas generosas, esses vãos permitem que a cidade se torne uma extensão da moradia, com muita luminosidade e ventilação. Eles ganharam molduras em concreto, em contraponto à cor oxidada predominante.

Da mesma forma, a pele que veste o edifício também permite conforto térmico às unidades. Afastada das alvenarias, ela proporciona um sombreamento das vedações e boa ventilação através de um colchão de ar renovável. Sob esse aspecto, a sustentabilidade orientou grande parte das escolhas do projeto. Em função das dimensões reduzidas do terreno e de pouco espaço na cobertura para equipamentos ou placas fotovoltaicas, era necessário encontrar uma solução que evitasse a entrada de calor, em detrimento de um projeto de climatização.

A forma piramidal, resultante do escalonamento, também permitiu alocar áreas técnicas na face externa das alvenarias, e ainda assim na face interna da pele, garantindo uma plástica limpa e sem adereços.

Outro destaque do projeto diz respeito ao desafio de assentar a pirâmide no terreno, tocando o solo com leveza em um único ponto. Sob influência de Oscar Niemeyer, foi criado um pilar em “V”,  muito usado em suas obras.

Por fim, para garantir planicidade nas fachadas, as chapas foram dobradas nas quatro faces, o que aumentou sua rigidez. Embora as chapas tenham sido perfuradas de forma randômica, para que as juntas ficassem alinhadas e o volume harmônico, foram feitos vários estudos até o modelo de fixação final, no alinhamento das lajes e no ponto médio de cada pavimento. O estudo garantiu otimização na estrutura secundária de fixação, três perfis horizontais por pavimento, sendo que os perfis superiores e inferiores também foram conjugados para fixação das chapas dos pavimentos adjacentes.

A plástica final resulta de um casamento entre chapas de revestimento, caixilhos e estrutura. São três elementos que se alternam nas fachadas com maior ou menor relevância.